1º ANO E - FILOSOFIA
1º ANO E - FILOSOFIA

 

REFERENCIAL CURRICULAR DA EDUCAÇÃO BÁSICA

 

Rede Estadual de Ensino

 

ENSINO MÉDIO

 

FILOSOFIA

 

PRIMEIRO ANO

 

 

 

4º BIMESTRE

Idade Moderna e Contemporânea

Humanismo

Racionalismo, Empirismo

Idealismo, Ideologia

Positivismo e Materialismo.

 

HUMANISMO

FONTE: http://www.suapesquisa.com/o_que_e/humanismo.htm

Saiba o que é humanismo, pensamento humanista, história, Renascimento

Humanismo: valorização das ações humanas no desenvolvimento dos valores morais

Definição

O Humanismo pode ser definido como um conjunto de ideais e princípios que valorizam as ações humanas e valores morais (respeito, justiça, honra, amor, liberdade, solidariedade, etc). Para os humanistas, os seres humanos são os responsáveis pela criação e desenvolvimento destes valores. Desta forma, o pensamento humanista entra em contradição com o pensamento religioso que afirma que Deus é o criador destes valores. O humanismo se desenvolveu e se manifestou em vários momentos da história e em vários campos do conhecimento e das artes. Humanismo na antiguidade clássica (Grécia e Roma): manifestou-se principalmente na filosofia e nas artes plásticas. As obras de arte, por exemplo, valorizavam muito o corpo humano e os sentimentos. Humanismo no Renascimento: nos séculos XV e XVI, os escritores e artistas plásticos renascentistas resgataram os valores humanistas da cultura greco-romana. O antropocentrismo (homem é o centro de tudo) norteou o desenvolvimento intelectual e artístico desta fase. Positivismo: desenvolveu-se na segunda metade do século XIX. Valorizava o pensamento científico, destacando-o como única forma de progresso. Teve em Auguste Comte seu principal idealizador.

O QUE É MORAL?

Fonte: http://www.brasilescola.com

Numa breve definição de moral, podemos dizer que se trata do conjunto de valores, de normas e de noções do que é certo ou errado, proibido e permitido, dentro de uma determinada sociedade, de uma cultura. Como sabemos, as práticas positivas de um código moral são importantes para que possamos viver em sociedade, fato que fortalece cada vez mais a coesão dos laços que garantem a solidariedade social. Do contrário, teríamos uma situação de caos, de luta de todos contra todos para o atendimento de nossas vontades. Assim, moral tem a ver com os valores que regem a ação humana enquanto inserida na convivência social, tendo assim um caráter normativo. A moral diz respeito a uma consciência coletiva e a valores que são construídos por convenções, as quais são formuladas por uma consciência social, o que equivale dizer que são regras sancionadas pela sociedade, pelo grupo. Segundo Émile Durkheim, um dos pensadores responsáveis pela origem da Sociologia no final do século XIX, a consciência social é fruto da coletividade, da soma e inter-relação das várias consciências individuais. Dessa forma, as mais diferentes expressões culturais possuem diferentes sistemas morais para organização da vida em sociedade. Prova disso está nas diferenças existentes entre os aspectos da cultura ocidental e oriental, em linhas gerais. Basta avaliarmos o papel social assumido pelas mulheres quando comparamos brasileiras e afegãs, assim como aquele assumido pelos anciãos nas mais diferentes sociedades, o gosto ou desinteresse pela política. Devemos sempre ter em mente que a moral, por ser fruto da consciência coletiva de uma determinada sociedade e cultura, pode variar através da dinâmica dos tempos. Ao partirmos então da ideia de que a moral é construída culturalmente, algumas “visões de mundo” ganham status de verdade entre os grupos sociais e, por isso, muitas vezes são “naturalizadas”. Essa naturalização de uma visão cultural é o que dificulta conseguirmos distinguir entre juízo de fato (análise imparcial) e de valor (fruto da subjetividade), o que pode ser uma armadilha que nos leva ao desenvolvimento de preconceitos em relação ao que nos é estranho e diferente. Considerar o outro ou o próximo é um aspecto fundamental à moralidade. Dessa forma, uma preocupação constante no debate sobre ética e moral se dá no sentido de evitar a violência em todas as suas possíveis expressões (física ou psíquica), bem como o caos social. Os valores éticos (ou morais) se oferecem, portanto, como expressão e garantia de nossa condição de seres humanos ou de sujeitos racionais e agentes livres, proibindo moralmente a violência e favorecendo a coesão social, isto é, a “ligação” entre as pessoas em sociedade. Porém, considerando-se que o código moral é constituído pela cultura, a violência não é vista da mesma forma por todas as culturas. Numa cultura, ao definir o que é mau ou violento, automaticamente defini-se o que é bom. Logo, a noção de violação, profanação e discriminação variam de uma cultura para outra. Contudo, em todas se tem a noção do que é a violência. Assim, tanto os valores como a ideia de virtude são fundamentais à vida ética e, dessa forma, evitam a violência, o ato imoral ou antiético. Ser virtuoso, em linhas gerais, significa desejar e saber colocar em prática ações éticas, isto é, moralmente louváveis. A noção de bem e mal ou bom e mau é fundamental para que calculemos uma forma de fugir do sofrimento, da dor, alcançando a felicidade de forma virtuosa. Contudo, é importante lembrar que fins éticos requerem meios éticos, o que nos faz deduzir que a famosa expressão “todos os fins justificam os meios” não é válida quando se busca ser virtuoso. Se em nosso código moral consideramos o roubo como algo imoral, roubar seria assim um meio injustificável para se alcançar qualquer coisa, ainda que isso fosse feito em nome de algum valor moral. A simples existência da moral não significa a presença explícita de uma ética, entendida como filosofia moral, isto é, uma reflexão que discuta, problematize e interprete o significado dos valores morais. Ao contrário disso, as sociedades tendem a naturalizar seus valores morais ao longo das gerações, isto é, ocorre uma aceitação generalizada.

 

 

CONTEÚDO 3º BIMESTRE

 

 

Antiguidade e Idade Média

 

 

  • Sofistas
  • Sócrates
  • Platão
  • Aristóteles.
  • Patrística
  • Escolástica
  • São Tomás de Aquino
  • Santo Agostinho

 

 


CAÇA-PALAVRAS

OS SOFISTAS

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01. SÓCRATES;

02. SOFISTAS;

03. IRONIA;

04. MAIÊUTICA;

05. PLATÃO;

06. PROTÁGORAS;

07. GÓRGIAS;

08. GRÉCIA;

09. LEIS;

10. EDUCAÇÃO;

 

 

Questões sobre Sócrates e os sofistas

 

a) Quem foi Sócrates? Qual sua opinião sobre os Sofistas? Quais suas idéias fundamentais?

 

É relativamente pouco o que sabemos sobre Sócrates, o homem. Nascido em 470 a.C., foi executado em 399 a.C., quando Atenas perdeu a Guerra do Peloponeso contra Esparta.

 

Sócrates ensinou que o sistema filosófico é o valor do conhecimento humano. Antes de Sócrates questionava-se a natureza, depois de Sócrates, questiona-se o homem. O valor do conhecimento humano (Humanismo).

 

CONHEÇA-TE A TI MESMO”, frase escrita no portal do templo de Apolo; cuja frase era a recomendação básica feita por Sócrates a seus discípulos.

 

Sócrates percebeu que a sabedoria começa pelo reconhecimento da própria ignorância: “SÓ SEI QUE NADA SEI”; é, para Sócrates, o princípio da sabedoria.

 

O estilo de vida de Sócrates assemelhava-se ao dos Sofistas, embora não vendesse seus ensinamentos. Com habilidade de raciocínio, procurava evidenciar as contradições afirmadas, os novos problemas que surgiam a cada resposta. Seu objetivo inicial era demolir, nos discípulos, o orgulho, a ignorância e a presunção do saber.

 

Usava dois métodos: IRONIA e MAIÊUTICA.

 

MAIÊUTICA: Dava alternativas, perguntas e respostas, ajudava a buscar a verdade. O nome Maiêutica foi uma homenagem a sua mãe que era parteira. Ele dava luz às idéias.

 

IRONIA: A ironia socrática tinha um caráter purificador na medida em que levava os discípulos a confessarem suas próprias contradições e ignorâncias, onde antes só julgavam possuir certezas e clarividências, perguntas e respostas, destruía o falso saber. Os discípulos, libertos do orgulho e da pretensão de que tudo sabiam, podiam iniciar o caminho da reconstrução das próprias idéias. Com isso, Sócrates acreditava num só Deus (Monoteísmo); a época era de Politeísmo. Por vários motivos ele foi perseguido. Foi condenado à morte em 399 a.c. por não aceitar mudar suas idéias (tomou Cicuta, um tipo de bebida que o carrasco deu-lhe para beber).

 

Para Sócrates o homem deveria conhecer a si mesmo, chegar à virtude através do conhecer a si mesmo. È a sabedoria que nos dá a virtude.

 

Ao trabalhar com Os Sofistas, Sócrates observa e questiona:

 

a) Os Sofistas buscam o sucesso e ensinam as pessoas como conseguí-lo; Sócrates busca a verdade e incita seus discípulos a descobri-la.

 

b) Os Sofistas é necessário fazer carreiras, Sócrates quer chegar à verdade, desapegando dos prazeres e dos bens materiais.

 

c) Os Sofistas gabam-se de saberem tudo e fazer tudo; Sócrates tem a convicção de que ninguém pode ser mestre dos outros.

 

d) Para os Sofistas, aprender é coisa passiva e facílima, afirmam isso e tudo por um preço módico.

 

Sócrates defendia que a opinião é individual, mas a sabedoria é universal. A questão da felicidade e honestidade está na prática do agir. As riquezas não interessam aos homens.

 

A doutrina socrática identifica o sábio e o homem virtuoso. Derivam daí diversas conseqüências para a educação, como: o conhecimento tem por fim tornar possível a vida moral; o processo para adquirir o saber é o diálogo; nenhum conhecimento pode ser dogmaticamente, mas como condição para desenvolver a capacidade de pensar; toda a educação é essencialmente ativa, e por ser auto-educação leva ao conhecimento de si mesmo; a análise radical do conteúdo das discussões, retirado do cotidiano, leva ao questionamento do modo de vida de cada um e, em última instância, da própria cidade.

 

b) Quem foram os sofistas?

 

Etimologicamente, o termo sofista significa sábio, entretanto, com o decorrer do tempo, ganhou o sentido de impostor, devido, sobretudo, às críticas de Platão.

 

Os sofistas eram professores viajantes que, por determinado preço, vendiam ensinamentos práticos de filosofia. Levando em consideração os interesses dos alunos, davam aulas de eloqüência e sagacidade mental, ou seja, tinham fácil oratória e eram astuciosos. Ensinavam conhecimentos úteis para o sucesso dos negócios públicos e privados.

 

As lições sofísticas tinham como objetivo o desenvolvimento do poder de argumentação, da habilidade de discursos primorosos, porém, vazios de conteúdo. Eles transmitiam todo um jogo de palavras, raciocínios e concepções que seria utilizado na arte de convencer as pessoas, driblando as teses dos adversários.
O momento histórico vivido pela civilização grega favoreceu o desenvolvimento desse tipo de atividade praticada pelos sofistas. Era uma época de lutas políticas e intenso conflito de opiniões nas assembléias democráticas. Por isso, os cidadãos mais ambiciosos sentiam a necessidade de aprender a arte de argumentar em público para, manipulando as assembléias, fazerem prevalecer seus interesses individuais e de classe.

 

Entre os sofistas, destacamos Protágoras e Górgias, que pareciam mais preocupados com a distinção entre natureza e convenção, de uma forma geral. Por essa razão, tinham como um de seus principais objetivos depreciar o estudo da natureza e, desta maneira, toda a linha filosófica existente até essa época.

 

Protágoras alegou que o homem é a medida de todas as coisas, tanto das coisas que são o que são como das coisas que não são, o que não são. Isto significa que tudo é como parece ao homem – não apenas aos homens em geral, mas a cada indivíduo em particular. Esta tese, leva a um relativismo total, sem possibilidade alguma de verdade absoluta.

 

Górgias foi ainda, mais radicalmente oposto à natureza e a seu estudo. Escreveu um livro no qual formulou uma tripla alegação: 1) nada há; 2) mesmo que houvesse alguma coisa, não poderíamos conhecê-la; e 3) mesmo que pudéssemos conhecê-la não poderíamos comunicá-la aos demais. Poderíamos descrever isto como um argumento mediante “retirada estratégica”: caso a posição mais radical não seja julgada convincente, volta-se para outra, menos radical. Mas até mesmo esta última elimina a possibilidade de estudo da natureza.

 

Górgias ensinava retórica, enquanto que Pródico, especializava-se em linguagem e gramática em geral, ao passo que Hípias ensinava o treinamento da memória. Todas estas aquisições eram úteis em uma sociedade que tanto dependia da capacidade de influenciar a opinião pública na assembléia.

 

De qualquer modo, na opinião de Sócrates, eles fracassaram em ensinar excelência moral ou virtude. A alegação deles de ensinar arete (excelência) não apenas, na opinião de Sócrates, induzia em erro, mas corrompia também, porque sugeria que podiam produzir excelência moral, ao passo que nada faziam neste particular.

 

Diferenças entre Sócrates e os sofistas:

 

- O sofista é um professor ambulante. Sócrates é alguém ligado aos destinos de sua cidade;

 

- O sofista cobra para ensinar. Sócrates vive sua vida e essa confunde-se com a vida filosófica: “ Filosofar não é profissão, é atividade do homem livre”

 

- O sofista “sabe tudo” e transmite um saber pronto, sem crítica ( que Platão identifica com uma mercadoria, que o sofista exibe e vende). Sócrates diz nada saber e, colocando-se no nível de seu interlocutor, dirige uma aventura dialética em busca da verdade, que está no interior de cada um.

 

- O sofista faz retórica (discurso de forma primorosa, porém vazio de conteúdo). Sócrates faz dialética (bons argumentos). Na retórica o ouvinte é levado por uma enxurrada de palavras que, se adequadamente compostas, persuadem sem transmitir conhecimento algum. Na dialética, que opera por perguntas e respostas, a pesquisa procede passo a passo e não é possível ir adiante sem deixar esclarecido o que ficou para trás.

 

- O sofista refuta por refutar, para ganhar a disputa verbal. Sócrates refuta para purificar a alma de sua ignorância.

 

Referências bibliográficas:

 

• ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. MARTINS, Maria Helena Pires.Temas de Filosofia. SãoPaulo: Ed. Moderna, 1992;
• CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. SãoPaulo: Ed. Ática, 1995;
• COTRIM, Gilberto.Fundamentos da Filosofia – Ser, Saber e Fazer. São Paulo: Ed. Saraiva, 1997;
• Enciclopédia Abril/2004, Multimídia.

 

 

 

Os sofistas: Século IV a.C. Considerado o segundo período da história do pensamento grego é o chamado período sistemático. Com efeito, nesse período realiza-se a sua grande e lógica sistematização, culminando em Aristóteles, através de Sócrates e Platão. A Sofística:  A época de ouro da sofística foi - pode-se dizer - a segunda metade do século V a.C. O centro foi Atenas, a Atenas de Péricles, capital democrática de um grande império marítimo e cultural. Os sofistas maiores foram quatro. Os menores foram uma plêiade, continuando até depois de Sócrates, embora sem importância filosófica. Protágoras foi o maior de todos, chefe de escola e teórico da sofística. Em coerência com o ceticismo teórico, destruidor da ciência, a sofística sustenta o relativismo prático, destruidor da moral. Górgias declara plena indiferença para com todo moralismo: ensina ele a seus discípulos unicamente a arte de vencer os adversários; que a causa seja justa ou não, não lhe interessa. Os sofistas estabelecem uma oposição especial entre natureza e lei (política e moral). A lei: é arbitrária, interessada, mortificadora, uma pura convenção. A natureza: não é a natureza humana racional, mas a natureza humana sensível, animal, instintiva. Os sofistas achavam, grosso modo, que o conceito de justiça e de injustiça variava de cidade-estado para cidade-estado e de geração para geração. A questão da justiça e da injustiça seria, portanto, algo "fluido". Não é verdade - dizem - que a submissão à lei torne os homens felizes, pois grandes malvados, mediante graves crimes, têm freqüentemente conseguido grande êxito no mundo e, aliás, a experiência ensina que para triunfar no mundo, não é mister justiça e retidão, mas prudência e habilidade. A realização da humanidade perfeita, segundo o ideal dos sofistas, não está na ação ética e ascética, no domínio de si mesmo, na justiça para com os outros, mas no engrandecimento ilimitado da própria personalidade, no prazer e no domínio violento dos homens. Seria um prejuízo, segundo os sofistas, a igualdade moral entre os fortes e os fracos, pois a verdadeira justiça conforme à natureza material, exige que o forte, o poderoso, oprima o fraco em seu proveito. Quanto ao direito e à religião, a posição da sofística é extremista também, como na epistemologia e na moral. A sofística move uma justa crítica, contra o direito positivo, muitas vezes arbitrário, contingente, tirânico, em nome do direito natural (lei da natureza).

 

Protágoras de Abdera: Protágoras nasceu em Abdera - pátria de Demócrito, cuja escola conheceu - pelo ano 480. Viajou por toda a Grécia, ensinando na sua cidade natal, na Magna Grécia, e especialmente em Atenas, onde teve grande êxito, sobretudo entre os jovens, e foi honrado e procurado por Péricles e Eurípedes. Acusado de ateísmo, teve de fugir de Atenas, onde foi processado e condenado por impiedade, e a sua obra sobre os deuses foi queimada em praça pública. Refugiou-se então na Sicília, onde morreu com setenta anos (410 a.C.). Protágoras defendeu a relatividade do conhecimento. “O homem é a medida de todas as coisas.” Subjetivismo, relativismo e sensualismo são as notas características do seu sistema de ceticismo parcial.

 Górgias de Leôncio: Górgias nasceu em Abdera, na Sicília, em 480-375 a.C - correlacionado com Empédocles - representa a maior expressão prática da sofística, mediante o ensinamento da retórica; teoricamente, porém, foi um filósofo ocasional, exagerador dos artifícios da dialética eleática. Em 427 foi embaixador de sua pátria em Atenas, para pedir auxílio contra os siracusanos. Ensinou na Sicília, em Atenas, em outras cidades da Grécia, até estabelecer-se em Larissa na Tessália, onde teria morrido com 109 anos de idade. Partiu dos princípios da escola eleata e concluiu pela absoluta impossibilidade do saber. É autor duma obra intitulada  "Do não ser", na qual desenvolve as três teses:Nada existe; se alguma coisa existisse não a poderíamos conhecer; se a conhecêssemos não a poderíamos manifestar aos outros.

 Questões sobre os sofistas

 1) Como é chamado o segundo período da história do pensamento grego?

 2) O que foi a sofística e em que período ela está situada?

 3) O que os sofistas pensavam sobre as leis?

 4) O que os sofistas pensavam sobre a relação entre os fortes e os fracos?

 5) Cite o nome de dois grandes sofistas.

 6) Em que cidade e em que ano Protágoras nasceu?

 7) Explique o seguinte trecho atribuído à Protágoras:

 “O homem é a medida de todas as coisas.